Virando as costas aos reais problemas do país, o BES engalanou-se para debater temas tão importantes e que tanto dizem respeito à vida quotidiana e concreta dos portugueses como "A propriedade intelectual na era digital" ou "Esquerda: uma política para o “gosto”?"
Para a generalidade da classe trabalhadora portuguesa bem podiam ter discutido coisas transcendentes como "o sarampo e a sua influência na obra para piano de Rachmaninov", que dava igual... Mas para os radicais pequeno-burgueses de fachada socialista que compõem o BES, vale mais dissertar sobre o sarampo do Rachmaninov do que sobre a necessidade nacionalizar o sector energético.Vejam o entusiasmo estampado na cara dos 30 participantes debatendo "uma política para o gosto"
Claro que, "p'ra tapar a miséria", organizaram bons (e caros...) concertos de borla que, com as promessas das inevitáveis "cachimbadas de água", lá conseguiram juntar uns 300 aspirantes à intelectualidade bem coreografados numa tenda de circo.
Assim são as agendas, as prioridades e as iniciativas BES. [a última frase foi apagada na auto-crítica que fazemos, por observação acertada do leitor J.MF.]
15 comentários:
Rídiculo! RÍDICULO!!! será que os bloquistas não têm uma noção do rídículo?
Financiamento da Caixa Geral de Depósitos da Coreia do Norte, ou do Sul, bem para o efeito tanto faz.
e , no entanto, ele picou-se!!! josé manuel faria és mesmo do melhor! contra factos... eheheheh. Queres papel pardo ou embrulhas mesmo na camisinha? ehehehe
José Manuel:
é um facto. deixámo-nos afectar pela comichão sectária que nos dá por vezes.
Como no http://www.esquerda.net.com vem explicado, esta iniciativa decorreu sob o âmbito do Partido da Esquerda Europeia à qual o BEs pertence e que tem grupo parlamenar em Estrásburgo. Esta iniciativa foi posssível, portanto, através de fundos canalizados pelo Parlamento
Europeu, pela UE - e eu não me estou a esquecer que todos os partidos com assento parlamentar
recebem dotações.
Simplesmente, dou-lhe a palma e reconheço, que não há mistério nenhum no financimaneto desta iniciativa - verbas da UE para que posssamos discutir o "voo do moscardo" 15 dias depois do "Não" da Irlanda...
Anónimo das 20.16:
Foste tu Toni a por essa mensagem?
António Lains: O BEs tem uma revista chamada Virus http://www.esquerda.net/virus/ que só se apanha na net. Portanto, fora dela, vão embrulhados e com camisinha.
A todos: Sei que o "voo do moscardo" não é uma obra para piano do Rachmaninov - mas foi a piada fácil que saiu na altura...
J:M:F.:
Perdoe-me as reticências, são sintoma do sectarismo contagiado
Na verdade a iniciativa decorreu no âmbito do GUE/GNL de que o BE faz parte, e o PCP também.
Já deixámos essa correcção feita anónimo das 12.02: foi através de fundos comunitários que o BEs organizou 3 semanas depoisdo "Não" da Irlanda, uma iniciativa para discutir "a política do gosto"
A vossa teoria de que um partido político de esquerda não pode discutir política do gosto é do mais visceralmente reaccionário.
Aconselho-vos a passar os olhos por um livro que tenho aqui à frente, "A arte, o artista e a sociedade". O autor chama-se Álvaro Cunhal e o primeiro capítulo é "O Belo e o valor estético".
Ao leitor anónimo doas 16.33:
Já tivémos oportunidade de demonstrar ter compreendido que, através de verbas transferidas pela UE, 3 semanas depois do "Não" da Irlanda ao Tratado Constitucional, o BEs fomentou a discussão sobre a necessária(?) "política do gosto" que a Esquerda deve ter.
Oh Chalana, pensei que um meio campo tão bem formado era capaz de responder às investidas do adversário sem mandar a bola para a bancada. Ou ficou com dói-dói?
Já agora umas pequenas curiosidades:
Barreiro – Assb. De Freg. Da Verderena o BE ganhou um lugar, o artista apareceu uma vez votou com o PS nunca mais apareceu.
Já vão no 10º ou 11º da lista e ninguém vai tomar posse.
Olha o que fazem o voto que a população lhes confia.
Ass. Municipal – O cabeça de lista do BE depois de eleito apresentou-se como morador em Palmela, mama a senha de presença+deslocações, está sempre a propor continuações de Assembleia
Moita – O candidato á JF Alhos Vedros pelo BE foi dirigente associativo no Barreiro, conhecido pelo suposto desfalque que ronda os milhares de contas.
Para fazem qualquer coisa parecida com a Festa do Avante ainda têm de comer muita sopinha.
Já vos linkei
beijocas
Anónimo das 10.34:
Não chutámos a bola prá bancada, fomos mesmo buscá-la ao fundo das redes. O JMF marcou 1 golo limpo ao ter corrigido que a Festa que discutiu a "política do gosto" 3 semanas depois do Não da Irlanda foi legal e correctamente financiada com fundos europeus. No fundo, repete o BEs a histórica má aplicação dos fundos europeus investidos em Portugal... Manda a bola prá bancada quem não se pronuncia plo essencial: o elitismo "bacoco" da iniciativa, a futilidade do encontro e a fraquinha participação do público. Até ver novas repetições, parece-me que com ou sem dói-dói, ganhamos 3 a 1.
Ana Camarra: as suas informações são tão suculentas que somos capazes de publicar 1 post sobre o "trabalho" autárquico do BEs...
O erro de partida do vosso post é o título, com a suposição de que esta iniciativa da representação europeia do BE é a nossa (do Bloco) Festa do Avante.
Sobre isso entendamo-nos, a iniciativa que poderão comparar à Festa do Avante decorre na reentré e este ano tem lugar no Porto. Ao contrário da Festa, é mais centrada no debate político do que música ou no tintol, mas penso que como ex-desportistas não levarão a mal.
O que vai acontecer nessa festa do Bloco, o Socialismo 2008, é que passarão por lá provavelmente mil vezes menos pessoas do que pela Atalaia. O que acontecerá lá para Outubro é a que a votação popular no PCP e no BE estará muito próxima.
E isso sim seria uma tema para quem quiser discutir à esquerda sem pretender destruir a própria sombra julgando que com isso cresce.
Jordão:
Não estamos particularmente preocupados com os temas da "votação popular no PCP e no BE". Esse sonho antigo do BEs de ter mais votos que o Glorioso é bastante típico de quem tem uma perspectiva eleitoralista/reformista da luta de classes. Mas lá está, o Bloco recusa a luta de classes.
Se esta não foi a "festa do avante" do BEs terá sido a sua "festa da alegria" -sabe o que é? Não sabe, pois não? E também não saberá das múltiplas iniciativas culturais e políticas que decorrem durante os 3 dias da Festa - mas pode sempre consultar o link.
Mas o que retenho de tudo isto é o fenómeno de lateralização de jogo a que os agentes do BEs sistematicamente se entregam.
O ESSENCIAL deste post é o facto de, 3 semanas depois do "Não da Irlanda" o BEs organizou 1 evento para debater "a política do gosto" e outras bizantinices do estilo com a correspondente inexistencia de adesão popular à dita iniciativa. Mas sobre isso, que é esencial, os agentes do BEs não abrem o jogo...
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