terça-feira, 8 de julho de 2008

"Conheço muita gente do PCP. Mas nunca me encantaram."

"Eu cá nunca fui do PCP. Por nenhuma razão em especial. Quando andava no liceu decidi estudar medicina por causa dum amigo meu, cujo pai era médico, e não o podia ver pois estava na Alemanha Oriental e a Pide tinha proibido a família de se lhe juntar.

Fui para medicina. Logo no primeiro dia que lá cheguei dei de caras com uma situação caricata: estava a haver uma espécie de reunião onde um numero grande de alunos (ligados à direcção da associação de estudantes) discutia com um único aluno que não parava de lhes dar combate. A discussão era por causa duma RIA (reunião inter associações) e não era muito interessante mas apercebi-me que os da direcção eram aquilo que se costumava chamar de reformistas e o outro elemento criticava-os abertamente por praticarem uma política elitista e não claramente a favor do povo.

As minhas simpatias cairam, logo, sobre o indivíduo. Quer pela sua coragem, quer pelo seu entusiasmo em defesa do povo. Mais tarde realizei que os da direcção da associação eram do PCP e o outro era maoista e foi preso mais tarde. Os elementos da direcção eram apoiados pelos mais velhos, o outro pelos mais novos.[como o próprio confessa, desde o primeiro dia Leal Cancro abraçou o divisionismo, tomando como modelo e admiração o estudante maoista que contra a opinião generalizada duma assembleia tida durante o fascismo, insistia em bater na mesma tecla "teórica", desmobilizando com isso as massas presentes, sabotando e adiando a tomada de decisões e apontando baterias contra os "colegas mais velhos" ao invés de combater o inimigo fascista!]

Depois comecei a entender a prática do PCP quando do assassinato do Ribeiro dos Santos. Mas nem aqui vou discutir esse assunto.
A partir daí o PCP passou a estar relacionado com uma geração mais velha, como a dos meus pais e que eu não aceitava [sempre em rebelia contra os "mais velhos"...], bem distinta daquilo que nessa altura emergia na juventude e que foram as promessas do Maio de 68, depois do 25 de Abril. [Leal Cancro buscava mais adrenalina política]

Respeito o PCP como sempre respeitei os mais velhos [contradiz-se. Leal Cancro nunca respeitou os "mais velhos"], o passado, que também é o nosso mas a vida não pode ficar amarrada a uma receita que nem sequer funcionou [quer ele dizer que não apoiando os comunistas porque o comunismo não funcionou, significa que apoiou o maoísmo porque a China foi um paraíso na terra com o Mao. Curioso vindo de quem volta e meia dá tacadas pelas relações culturais que o PCP mantém com a China], nem a nenhum sistema de crenças por muito materialista que digam ser mas que na prática ´sempre se traduziu por obediência tantas vezes cega à doutrina dos bispos, digo do comité central, por muito puros que se afirmem.

Conheço muita gente do PCP. Mas nunca me encantaram. Tive-os mais vezes como adversários que como aliados ou companheiros. [Mas atenção, que os sectários são os vermelhos do Glorioso] Não são o inimigo. Mas respeito-os na medida em que me respeitem." [quer isto dizer, portanto, que apenas se deve respeitar, normalmente, o inimigo. Teoria interessante]

Publicado por Leal Cancro no Troll Urbano
com acrescentos do "anti-troll" em itálico.

Que mais poderemos acrescentar? A Isabel Farinha subscreveu com um

"Óptimo post, Franco. Claro e cristalino como a água. No último parágrafo consegues colocar tudo o que eu diria, duma forma bem mais clara e simples que eu conseguiria dizer". [2 Directores do BEs dão assim por escrito e por extenso o seu anti-comunismo. Mas já se sabe que o Glorioso é que é sectário...]

16 comentários:

Anónimo disse...

A máscara vai caindo aos poucos, é uma questão de tempo!

Chalana disse...

O que eu acho mais encantador nestas "confissões anti-comunistas" do "Leal Cancro" , foi não ter compreendido (por ingenuinada?) o papel divisionista do tal "estudante maoista" que contra a opinão generalizada dos seus colegas, naquela RGA organizada nos tempos do fascismo, continuava a bater numa tecla qualquer secundária, desmoralizando os participantes, emperrando a tomada de decisões e apontando baterias contra os "colegas mais velhos" ao invés de combater o inimigo fascista!

Assusta-me, confesso!, aquela referência ao "Tive-os [aos encarnados do Glorioso] mais vezes como adversários que como aliados ou companheiros" - brincando ainda com as palavras ao sugerir que "os adversários", não eram "inimigos".

Que mais se pode dizer? Discurso anti-comunista na primeira pessoa de um director do BEs

Ana Camarra disse...

Bom dia.
Vim aqui atrás do teu comentário e gostei muito.
Eu sou mesmo comuna e não sou velha nem sectária.
Gostei mesmo.
Vou linkar-te, está bem?
Afinal foste jogador do Barreirense...

beijoca

Anónimo disse...

http://o-marreta.blogspot.com/2008/07/puf-temos-fumo.html

Chalana disse...

Ana Camarra:

O Barreiro, terra operária, tem uma grande tradição de luta e de Glorioso, tendo de lá saído grandes jogadores comunistas como Torres ou José Augusto - e, claro, eu próprio.

Marreta: Gracias plo convite. Seria melhor se fosse no restaurante do Barbas... Mas não se pode ter tudo! Vou falar com o toni e somos capazes de dar 1 pulo

Crixus disse...

Este post do troll-urbano é uma antologia do anticomunismo e do esquerdismo primario, é engraçado como assumem que aquilo que os move é a luta contra o comunismo, utilizando todas as formas possiveis. Tambem conheço muitos esquerdistas. Mas sempre me meteram asco.

LuisPVLopes disse...

Poderia dizer que estes esquerdistas acreditam no que "defendem", mas já não tenho nem idade nem pachorra para demagogias, tão pouco acredito na ingenuidade deles, eles apenas servem a direita, provocando a divisão e enfraquecendo a verdadeira e consciente esquerda.
São como um dia disse alguém:
"A esquerda de caviar"

Anónimo disse...

Ya camaradas, passamos horas a congeminar maneira de acabar com a verdadeira esquerda, leia-se, o glorioso, único e irrepetível PCP, berço de tão distintos anti-fascistas como Zita Seabra, Pina Moura e Mário Lino...

josé manuel faria disse...

Só há um comunismo o do PCP.

Não se pode ser comunista fora do PCP?

Ana Camarra disse...

Caros Toni e Chalana

só para terem conhecimento que desde que coloquei aqui o comentário sobre os eleitos do BE, chovem-me ameaças no blogue, algumas tão ordinárias que não público.

è esta a raça desta gente?!

Toni disse...

J.M.F.: vês como sabes ;)

LuisPVLopes disse...

Parece que alguém do BE, não sabe estar ao nível do mais vulgar e banal acto de democracia, vindo armado em arruaceiro para tudo o que é blogues Barreirenses.
Conheço e sou amigo de bloquistas e respeito as suas opiniões embora seja crítico quando tenho de o ser, mas esses são bloquistas com algum nível, se bem que defendam outras opiniões que não as minhas e vice-versa, mas é saudável a argumentação e a amizade não se deixa influenciar.
Agora o bloquista que sem qualquer nível pessoal ou colectivo, anda a vociferar merda proveniente de uma mente profundamente perturbada, pelos blogues alheios está a prejudicar o BE e a dignificar muito pouco o seu partido.
Parece no entanto, que o "barrete" lhe serviu na perfeição até aos tornozelos, entenda-se por "barrete" o excelente comentário e de conteúdo verídico efectuado por Ana Camarra no seu post sobre a festa do BE.
Eu aconselho esse energúmeno a meter a viola no saco, ou mais algumas verdades podem vir a lume e, bem mais verdadeiramente graves que as mentiras que esse energúmeno anda a escrever por aí sobre a Ana Camarra.
Triste do partido que tem esta laia de gente, uma purga urgente é necessária.

Anónimo disse...

Vocês envergonham a memória que tenho do meu avô (comunista desde a fundação do Partido - essa coisa do Glorioso cheira a claque de futebol) e do meu pai também comunista e dirigente sindical.
Eu também me considero comunista de há muitos anos e tal como o tal Leal nunca fui do PC. Querem partido mais sectário que o vosso? É difícil. E digo isto por experiência vivida na direcção de uma organização em que eu era o único que não tinha cartão do PC.
Tenham juízo!!

Chalana disse...

Yazalde:

Sendo o Glorioso uma organização de massas, é infelzmente inevitável que por vezes 1 ou outro elemento vacilante (ou mesmo oportunista) possa entrar nas suas fileiras.

Os antigos adeptos do Glorioso que menciona foram indivíduos que deram o seu contributo à causa, mas depois a seiva do entusiasmo e da consciência comunista secou neles e eles seguiram o seu caminho.

Um dos (poucos) aspectos positivos do BEs, é que agora esse tipo de pessoas dispõe dum pólo agregador apropriado. E para lá têm seguido os Miguéis Portas, os Daniéis Oliveiras, os Joões Semedos ou os Nunos Ramos de Almeida. Cheira-me que a próxima contratação do BES deverá ser a Luísa Mesquita. Que vos façam serventia tão "ilustres" adesivos

Chalana disse...

Sensei:

Infelizmente bastante típico dos agentes BEs pela blogosfera e não só. o "Anti-trollurbano" é uma resposta política à calúnia, ao boato e às rateiras BEs.

Anónimo das 00.09:

Os seus comentários não pegam: gostamos mais de Breton do que de Bastos Lopes. Onde você vê "futebolês", nós vislumbramos uma pitada de surrealismo para dar sabor à vida. Tenha vistas largas.

Anónimo disse...

Fé de erratas:

http://caparicaredneck.blogspot.com

em lugar de

"http://o-marreta.blogspot.com/2008/07/puf-temos-fumo.html".