sábado, 14 de maio de 2011

estórias de enganar

Raquel V., orientada por um dos cúmplices do 25 de Novembro, "prova" a traição do Partido no processo revolucionário...


Há histórias de encantar e há "estórias" de enganar. O mais recente livro sobre a história do Partido com a chancela da Bertrand (o 2º maior grupo editorial livreiro do país) enquadra-se na segunda categoria...

Devo dizer que não comprei (nem vou comprar!!!) o livro, pois não estou para deitar 14€ À rua. Também não preciso: os argumentos, agora transfigurados em "rigor histórico", são os mesmos que são gritados há 40 anos - o "PCP traiu a revolução"!

Uma boa súmula do livro, encontra-se AQUI em discurso directo pela respectiva autora. Esta ufana-se de "400 páginas de documentação" e muito "rigor histórico", mas entre tanta esquizofrenia sectária, os argumentos chegam a este calibre: “quem pôs fim ao V governo provisório foi o PCP”.

Para quem não era nascido e não se documentou com "400 páginas" simplesmente lembramos:


Estávamos no chamado "Verão quente de 75". O PS, o PPD, o CDS, os grupos bombistas da extrema-direita e outros grupelhos da extrema-esquerda formavam uma "sagrada aliança" para derrubar Vasco Gonçalves; no seio do MFA nascia o chamado "Grupo do 9" que logo teve o apoio do Otelo Saraiva de Carvalho - o mesmo que recomendou, pela imprensa, "umas longas férias" ao então primeiro-ministro.


As sedes do Partido ardiam e eram impunemente assaltadas pelos trogloditas à saída da missa, excitados, seguramente, pelos vinhos da Eucaristia... A 5º Divisão foi encerrada à força e, em Tancos, nos primeiros dias de Setembro, os oficiais "moderados" de conluio com outros abertamente reaças demitiram o companheiro Vasco das suas funções.


Mas claro! Isto não teve nada a ver, como o "comprovam" as tais "400 páginas de documentação"...


Enfim... nós não precisamos de tantos caracteres para rebatermos Raquel V. que, com tanto "diálogo entre as fontes", ignorou EVIDÊNCIAS compreendidas por uma criança de 5 anos apenas para poder gritar "O PCP traiu"... Não! Rebater o quê?!? Basta-nos a memória da vivência daqueles dias.


Mas a essa senhora que teve o despudor de afirmar em público: "a burguesia deveria erguer uma estátua ao PCP pelo seu papel contra-revolucionário", apenas poderemos responder-lhe que, enquanto nos sentámos à espera de ver o Belmiro de Azevedo iniciar uma subscrição pública para tal monumento, pudemos (entretanto) verificar como a burguesia universitária a cobriu já de louvores e outras aclamações pelo seu "rigor histórico" e respectivas "400 páginas " especialmente documentadas...

2 comentários:

Anónimo disse...

Faltou à dita autora do livro consultar os documentos do PCP, na Soeiro Pereira Gomes.
Para certos ditos "investigadores" continua a ser ponto assente, uma espécie de "caça ao mérito", o ataque ao PCP.
É uma forma de ganhar dinheiro e de fazer carreira, pois os patrões que lhes pagam são quase todos anti-comunistas encartados.
Obrigado pelo post e sejam, de novo, bem-vindos à luta.

(Jorge)

Vasco disse...

Se dissesse bem do PCP ou fosse assim tão rigorosa duvido que a Bertrand lhe pegasse. Tal como o Zé Neves, o João Madeira, o Pacheco Pereira...